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Justificativa

O maior obstáculo para o pesquisador da capoeira consiste, senão na completa falta de documentação relacionada ao tema em determinado local e período histórico, na dificuldade de acesso a essas informações. Sobre a documentação referente à época da escravatura, por exemplo, o pouco que existia foi destruído por ordem de Ruy Barbosa, então ministro da Fazenda do governo de Deodoro da Fonseca, em 1890 (OLIVEIRA, 1989). Embora a justificativa oficial não revele intenção notadamente prejudicial ao tema, coincidentemente a queima de arquivos aconteceu no mesmo ano em que foi assinado o Decreto Nº 847, cujo Capitulo XIII proibia a prática da capoeira.
É verdade que muita informação sobre a capoeira vem sendo (re)descoberta nas últimas décadas, mas isso não preenche o hiato que este projeto de pesquisa pretende investigar. Isso porque mesmo as pesquisas acadêmicas mais pertinentes parecem ter se acomodado na relevância das atividades capoeirísticas contextualizadas no tripé Bahia - Rio de Janeiro - Pernambuco.
A partir da documentação escrita e dos relatos dos mestres que continuam em atividade, este projeto de pesquisa busca reconstituir brevemente a história da capoeira e descrever sua manifestação no contexto do interior paulista, mais precisamente na região onde se encontra o Câmpus Capivari do IFSP. Este arranjo pretende afirmar a importância deste cenário, não em oposição ao tripé citado anteriormente, mas em complemento a ele.
Assim, visando a salvaguarda, a documentação, a memória e o compartilhamento de informações verossímeis, pretende-se construir, através de pesquisa bibliográfica, reuniões e entrevistas, documentação biográfica sobre os mestres de capoeira e o, quase consequente, mapeamento genealógico dos grupos de capoeira e capoeiristas dos municípios da região do Câmpus Capivari - IFSP.

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